Se um dia você assistiu ao "Show de Calouros", programa que Silvio Santos apresentou entre 1977 a 1996, com certeza sabe cantar a música de abertura. Inclusive, vale a pena ver de novo:
Mas... você sabe que nada se cria, tudo se copia. Essa canção é uma VERSÃO BRASILEIRA® de uma música que ficou muito popular na Inglaterra e nos Estados Unidos, chamada Those Were the days (Aqueles eram os dias), interpretada pela cantora britânica Mary Hopkin.
A música foi produzida por Paul McCartney em 1968 e ficou em primeiro lugar nas paradas do Reino Unido e em segundo nos EUA. McCartney também gravou Mary Hopkin cantando "Those were the days" em espanhol, alemão, italiano e em francês.
A tradução da música é mais ou menos assim:
Era uma vez uma taberna
Onde costumávamos levantar um copo ou dois
Lembre-se como nós rimos as horas
E sonhei com todas as grandes coisas que faríamos
Aqueles foram os dias, meu amigo
Nós pensamos que eles nunca terminariam
Nós cantávamos e dançávamos para sempre e um dia
Nós viveríamos a vida que escolhemos
Nós lutamos e nunca perdemos
Pois éramos jovens e seguros de termos o nosso caminho.
La la la la ...
Aqueles eram os dias, oh sim aqueles eram os dias
Então os anos ocupados correram por nós
Perdemos nossas noções estreladas no caminho
Se por acaso eu te visse na taverna
Nós sorriríamos um para o outro e diríamos
Só esta noite eu estava diante da taverna
Nada parecia do jeito que costumava ser
No vidro eu vi uma estranha reflexão
Aquela mulher solitária era mesmo eu?
Através da porta veio risada familiar
Eu vi seu rosto e ouvi você chamar meu nome
Oh meu amigo somos mais velhos, mas não é mais sábio
Pois em nossos corações os sonhos ainda são os mesmos
Só que nada se cria...
A versão de Mary Hopkin na verdade é uma versão de uma canção que ficou muito popular na Rússia na primeira metade do século XX, chamada Dorogoy Dlinnoyu (Pela longa estrada).
Na verdade, trata-se de um romance russo escrito por Boris Fomin em 1919 e que virou música pelas mãos de Eugene Raskin.
Fomin teria feito a primeira versão, de romance para música em 1924, porém, ela ganhou o mundo por Raskin, de raízes russas e nascido em Nova York, que escreveu sua própria versão em inglês e a cantava com sua esposa em pequenas tabernas nos anos 50, por diversão. Esta seria a versão que Mary Hopkin gravaria anos depois.
Assista a fragmentos de diversas gravações com diferentes cantores, para a versão original, em russo:
A versão original da música diz mais ou menos assim:
(Nós) andamos em uma carruagem de três cavalos (troika) com sinos de trenó,
E à distância, as luzes piscaram.
Se eu pudesse te seguir agora
Eu dissiparia a dor em minha alma!
Refrão: Pela longa estrada, na noite lunar,
E com aquela música que voa longe, tocando,
E com aquele antigo violão de sete cordas
Isso costumava me atormentar por noites.
Mas acabou que a nossa música foi fútil
Em vão queimamos noite após noite.
Se terminamos com o antigo,
Então aquelas noites também nos deixaram!
Para fora em nossa terra natal por novos caminhos,
Nós temos de ir agora!
... nós montamos em uma tróica com sinos de trenó,
Mas há muito que passou!
Bônus track:
Falando em Silvio Santos... sabe a música do pião da casa própria?É uma Versão Brasileira de... Holiday for Strings, composta por David Rose:
Você imaginava tanta história por trás de uma música de abertura de um programa de calouros?
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